quarta-feira, 17 de março de 2010

Puft!

Ele simplesmente desapareceu.

Era tarde de uma segunda-feira, e o homem não queria comemorar seu aniversário de 26 anos quatro dias depois. Então ao sair do trabalho e não disse tchau, o que deixou alguns colegas achando que ele estava doente, outros que estava de mal humor, e outros sem achar nada.

O sol da terça acordou e ele também. Faltou o sorriso no espelho e a dancinha matinal com a música do rádio (Lady Gaga costumava ser dançante). O bom dia que dava pras plantas ficou pra depois, pegou a mala do trabalho e saiu de casa.

Na porta da empresa sentiu vontade de olhar bem em volta. Deixou a mala encostada no poste e sentou na guia. 1 hora se passou até que se levantasse. Logo entrou no prédio, deu oi pro chefe, e na hora do almoço foi pra casa.

Quarta-feira ainda iria demorar, mas ele já estava pelado na sala e amontoando suas roupas no sofá novo. Toca a campainha. As senhoras da ONG se espantam com a nudez, mas antes de gritar o homem joga as sacolas pra fora bate a porta sem tempo de um obrigado.

A quarta-feira passou rápido depois de acabar com toda a comida da geladeira de o sono no tapete, e a quinta não foi muito diferente, afinal, ele tinha que acabar com as garrafas do bar. Mas antes ligou para um serviço de acompanhantes, e logo que as moças receberam todo o dinheiro (e contaram as notas) a "festa" começou. Elas caíram de bêbadas, uma na cozinha e outra na sala. Como não bebia ele foi ver o jornal da TV.

Elas só acordaram na sexta-feira, ele disse "Obrigado pelo aniversário", elas não entenderam e saíram com uma bela dor de cabeça cada uma. Ele foi pro computador.
E-mails, MSN, twitter, orkut, facebook... em todo lugar parabenizavam pelos 26 anos de vida... 26 anos. Ele agradeceu a cada uma dessas fotinhos e rostinhos virtuais e cancelou cada uma dessas contas sem avisar os "amigos".

Uma semana depois o zelador do prédio resolveu abrir o apartamento, mas não havia ninguém lá. Só um bilhete na mesinha de centro com duas palavras escritas:


PENSE NISSO

quinta-feira, 4 de março de 2010

Ora Botas...

Não faz muito tempo (na verdade faz muito tempo, uns 6 anos) eu e meus amigos saíamos pra festas, xavecávamos umas meninas, elas nos davam uma "bota" e íamos pra casa rindo das histórias e sem ter convencido ninguém de que poderíamos ser bons pais de família um dia.
"Bota" era o mesmo que 'levar um fora', nossa gíria. Era engraçado, eu juro, tinha que estar lá pra se sentir bem por tentar e não conseguir.

O tempo passou e as festas foram ficando mais frequentes e começamos a fazer algumas meninas acreditarem que um futuro a dois era interessante. Mas só uma delas foi quem ME convenceu disso.

Essa garota é linda até hoje, mas virou mulher, uma mulher que me fez virar um homem. Lergal crescer junto com alguém depois que você não é mais criança (entendeu? se não lê de novo, é simples).

Hoje em dia a gente continua se divertindo juntos e pelo visto vai durar bastante (a gente espera). Essa mulher que cresce comigo a cada dia, e que a cada ano merece os parabéns por seu Dia Internacional (08/03) me fez ver outro significado para a palavra "BOTA".

Bota: pode ser de couro, de cano longo, de cano baixo, de salto alto, de salto baixo, pode entrar na batata da perna, pode não entrar na batata da perna (o que geralmente acontece), pode ser barata (mas continua cara) e pode ser cara (cara de verdade, eu calculo que já vi umas de 100 caipirinhas).

Obrigado @Quem_Manda e Parabéns pelo seu dia.
Dia Internacional da Mulher (08/03)